quarta-feira, 15 de julho de 2020

A Transgressão contra Deus por Ignorância -- Parte 2

(Comentário Levítico 5:14-27: OS SACRIFÍCIOS PELA CULPA)

"Assim, restituirá o que ele tirou das coisas sagradas, e ainda de mais acrescentará o seu quinto, e o dará ao sacerdote; assim o sacerdote, com o carneiro da expiação, fará expiação por ela e ser-lhe-á perdoado o pecado" (versículo 16). No acréscimo de um quinto, como é estipulado aqui, temos um aspecto do verdadeiro sacrifício da culpa, que é de se recear que seja pouco apreciada em geral. Quando pensamos em todo o mal e todas as ofensas que temos cometido contra o Senhor, e, mais, quando recordamos quão prejudicado Deus tem sido nos Seus direitos neste mundo iníquo, com que interesse devemos contemplar a obra da cruz como aquilo em que Deus reaveu não só o que havia perdido, como é também por esse meio beneficiário. Ganhou mais pela redenção do que perdeu pela queda. Recolhe uma mais rica seara de glória, honra e louvor, nos campos da redenção do que jamais poderia ter recolhido nos campos da criação. "Os filhos de Deus" podem entoar um cântico de louvor muito mais magnífico em redor do sepulcro vazio de Jesus do que jamais puderam entoar em vista da obra do Criador. O mal não só foi expiado perfeitamente como também ganhou-se uma vantagem eterna por meio da obra da cruz. Esta é uma verdade admirável. Deus tira proveito com a obra do Calvário. Quem poderia ter imaginado isto? Quando contemplamos o homem e a criação, da qual Ele era Senhor, jazendo em ruínas aos pés do inimigo, como poderíamos conceber que, do meio dessas ruínas, Deus pudesse recolher despojos mais ricos e nobres do que quaisquer que este mundo pudesse oferecer antes da queda? Bendito seja o nome de Jesus por tudo isto! É a Ele que tudo devemos. É por meio da Sua preciosa cruz que pode anunciar-se uma verdade divina tão maravilhosa. Seguramente, essa cruz encerra uma sabedoria misteriosa, "a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória" (1 Coríntios 2:8). Não é de admirar portanto que em volta dessa cruz e ao redor d'Aquele que foi crucificado nela estivessem sempre entrelaçados os afetos de patriarcas, profetas, apóstolos, mártires e santos. Não é de admirar que o Espírito Santo haja pronunciado esse solene e justo decreto: "Se alguém não ama o Senhor Jesus Cristo, seja anátema; maranata" (1 Coríntios 16:22). O céu e a terra farão eco com um grande e eterno amém a este anátema. Não é de admirar que fosse propósito estável e imutável da mente divina que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai" (Fp 2:10-11).

C. H. Mackintosh

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